Sempre que posso,
faço questão de cozinhar para os meus amigos e amigas. Por um lado,
preciso dividir meus talentos culinários pois minha família não se
anima muito com meus devaneios. Por outro lado, cozinhar é um
exercício de afetuosidade, que me aproxima de mim mesma e daqueles
que gosto. Claro que também tem a parte de ser uma ótima
oportunidade de renovar o estoque de elogios... rs.
Para retomar minhas
atividades de Culinária e Educação, trago uma refeição completa,
carinhosamente preparada para receber minhas amigas da EMEF Maria
Quitéria, antes do retorno das nossas atividades profissionais.
Depois de uma semana
de insônia e desânimo, voltar à cozinha de forma planejada e
organizada foi o estímulo que precisava para retomar as atividades
prazerosas que deixei de lado. Decidi fazer panquecas com salpicão e
uma torta de sobremesa.
Mas nada é tão
simples! Vamos aos pratos em detalhes e receitas.
Começo pela
sobremesa, que é a parte mais importante de uma refeição.
Depois de todas as
tortas que conferi na casa da minha mãe, ficou o gosto na boca da
única que ela não fez, então aqui vai: uma deliciosa torta de
limão.
Faço tortas de
limão desde que me entendo por gente. Até minha falecida Vó
Antônia me pedia para fazer pra ela. Fiquei muito tempo sem fazer
essa receita e nem me lembrava mais como era, até que a minha mãe
foi testando daqui e dali e desenvolveu uma receita que ficou muito
boa a partir do creme de leite condensado da torta de maçã.
Mas hoje queria
experimentar, então segui a linha da torta de maracujá. Fiz a massabásica da torta com farinha integral e aveia, de recheio uma mousse
de limão bem azedinha e doce e um suspiro com raspas de limão para
cobrir.
Para o almoço,
gosto de pratos cheios de detalhes e fartos equilibrando uma carne,
legumes e verduras e uma massa. Geralmente penso no equilíbrio de
sabores entre o prato principal e os complementares e gosto
particularmente de ter algo fresco e cru na mesa, caprichando no
tempero para a salada.
Para esse evento, pensei em algo que não faço há algum tempo e que também fazia parte do meu repertório culinário no Rio: panquecas. Mas não qualquer uma, tenho usado farinha de trigo integral nesse e em outros pratos. Para deixar a massa mais leve, acrescento um pouco de amido de milho. Um pouco de fibra não faz mal a ninguém. Acrescentei também manjericão na massa, que colhi da minha horta (na falta de espinafre). Essa erva dá um toque especial à massa, sem ficar forte demais.
Para o recheio, preparei uma mistura de ricota, um pouco de mussarela, alho, cebola, pimenta do reino, azeite de oliva e um pouco de leite para dar liga. Quando for ao forno para gratinar, essa mistura vai parecer um creme homogêneo.
Cobrindo tudo, um molho branco com um toque de noz moscada e parmesão.
Como acompanhamento
queria uma salada fria, então pensei em um salpicão. Temperei o
peito de frango e fui refogando pedaços grandes até ficarem bem
cozidos. Depois do frango desfiado, acrescentei repolho, cenoura
(crus e bem fininhos), passas, cebola e tomate, tudo misturado no
iogurte natural desnatado. Claro que não faz sentido colocar batata
palha em uma salada assim e claro que meus filhos não vão comer...
Ficaria perfeito um
vinho branco geladinho, mas como é almoço e as gurias vão
trabalhar e/ou dirigir, deixo essa ideia para outra oportunidade.
Percebo que sou meio
egoísta na cozinha, pois estou muito mais preocupada com o meu
paladar. Para uns é uma oportunidade de experimentar algo novo, para
outros de comer coisas que não comem sempre, para mim é um momento
de colocar na comida minhas ideias, gostos e sentimentos. Espero que
seja tão bom para elas degustarem como foi para mim preparar.