quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cozinhando para as amigas

Sempre que posso, faço questão de cozinhar para os meus amigos e amigas. Por um lado, preciso dividir meus talentos culinários pois minha família não se anima muito com meus devaneios. Por outro lado, cozinhar é um exercício de afetuosidade, que me aproxima de mim mesma e daqueles que gosto. Claro que também tem a parte de ser uma ótima oportunidade de renovar o estoque de elogios... rs.

Para retomar minhas atividades de Culinária e Educação, trago uma refeição completa, carinhosamente preparada para receber minhas amigas da EMEF Maria Quitéria, antes do retorno das nossas atividades profissionais.

Depois de uma semana de insônia e desânimo, voltar à cozinha de forma planejada e organizada foi o estímulo que precisava para retomar as atividades prazerosas que deixei de lado. Decidi fazer panquecas com salpicão e uma torta de sobremesa.

Mas nada é tão simples! Vamos aos pratos em detalhes e receitas.



Começo pela sobremesa, que é a parte mais importante de uma refeição.

Depois de todas as tortas que conferi na casa da minha mãe, ficou o gosto na boca da única que ela não fez, então aqui vai: uma deliciosa torta de limão.
Faço tortas de limão desde que me entendo por gente. Até minha falecida Vó Antônia me pedia para fazer pra ela. Fiquei muito tempo sem fazer essa receita e nem me lembrava mais como era, até que a minha mãe foi testando daqui e dali e desenvolveu uma receita que ficou muito boa a partir do creme de leite condensado da torta de maçã.

 


Mas hoje queria experimentar, então segui a linha da torta de maracujá. Fiz a massabásica da torta com farinha integral e aveia, de recheio uma mousse de limão bem azedinha e doce e um suspiro com raspas de limão para cobrir.

Para o almoço, gosto de pratos cheios de detalhes e fartos equilibrando uma carne, legumes e verduras e uma massa. Geralmente penso no equilíbrio de sabores entre o prato principal e os complementares e gosto particularmente de ter algo fresco e cru na mesa, caprichando no tempero para a salada.







Para esse evento, pensei em algo que não faço há algum tempo e que também fazia parte do meu repertório culinário no Rio: panquecas. Mas não qualquer uma, tenho usado farinha de trigo integral nesse e em outros pratos. Para deixar a massa mais leve, acrescento um pouco de amido de milho. Um pouco de fibra não faz mal a ninguém. Acrescentei também manjericão na massa, que colhi da minha horta (na falta de espinafre). Essa erva dá um toque especial à massa, sem ficar forte demais.
Para o recheio, preparei uma mistura de ricota, um pouco de mussarela, alho, cebola, pimenta do reino, azeite de oliva e um pouco de leite para dar liga. Quando for ao forno para gratinar, essa mistura vai parecer um creme homogêneo.
Cobrindo tudo, um molho branco com um toque de noz moscada e parmesão.





Como acompanhamento queria uma salada fria, então pensei em um salpicão. Temperei o peito de frango e fui refogando pedaços grandes até ficarem bem cozidos. Depois do frango desfiado, acrescentei repolho, cenoura (crus e bem fininhos), passas, cebola e tomate, tudo misturado no iogurte natural desnatado. Claro que não faz sentido colocar batata palha em uma salada assim e claro que meus filhos não vão comer...

Ficaria perfeito um vinho branco geladinho, mas como é almoço e as gurias vão trabalhar e/ou dirigir, deixo essa ideia para outra oportunidade.


Percebo que sou meio egoísta na cozinha, pois estou muito mais preocupada com o meu paladar. Para uns é uma oportunidade de experimentar algo novo, para outros de comer coisas que não comem sempre, para mim é um momento de colocar na comida minhas ideias, gostos e sentimentos. Espero que seja tão bom para elas degustarem como foi para mim preparar.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tempero de Vida

Fiquei um período afastada em função da falta de internet na minha casa, por isso deixo a mensagem de fim de ano que entreguei para colegas de trabalho e familiares.



Cada pitada do que colocamos na nossa vida faz diferença no gosto que encontramos ao final de um ano. Dia a dia devemos buscar o equilíbrio entre os temperos disponíveis, pensando em um sabor ideal, que contemple as aspirações que acumulamos.

O segredo da receita é acrescentar o que falta: para dias de tristeza, pitadas de alegria; para momentos de angústia, porções de esperança; para períodos de ansiedade, doses de harmonia...

Quando nos faltam ingredientes, o jeito é aproveitar as sementes presentes nos ambientes que frequentamos. Podemos começar preparando o terreno, adubando-o com nossas melhores qualidades. Após a semeadura, é preciso oferecer energias positivas e boas vibrações para que os temperos se desenvolvam de acordo com o que desejamos. Enquanto aguardamos a colheita, podemos continuar nosso cotidiano com paciência e perseverança, retirando as ervas daninhas que surgirem e começando de novo diante das intempéries.

Um ano é um tempo adequado para observar o desenvolvimento da receita que criamos para a nossa vida. Na preparação para as festas de fim de ano, podemos avaliar o sabor que alcançamos, refletindo com honestidade sobre o que falta e o que tem em excesso. Há sempre um novo ano para ajustar a receita, tentando novos temperos para os novos momentos.

E, se nossa produção for farta, podemos juntar os temperos que sobrarem para oferecer àqueles que nos rodeiam, espalhando possibilidades para que as vidas tenham mais sabor.




Para fazer o sal temperado utilizei ervas que tinha na minha horta, todas frescas, e sal marinho. Colhi, lavei e escorri as ervas, processei com 1 kg de sal marinho, dividi em 4 partes e misturei cada parte com mais 1 kg de sal marinho. O sal desidrata as ervas e não é necessário guardar na geladeira. Esse sal diminui em aproximadamente 30% o uso de sal nos alimentos, incluindo um sabor e um odor agradáveis ao ato de cozinhar.

Ingredientes: Sal Marinho, Manjericão, Orégano, Salsa, Cebolinha, Sálvia, Alecrim e Tomilho.